Fonte: Revista eletrônica Consciência.Net.
Após o agravamento da crise do abastecimento hídrico do Nordeste no ano de 1999, a transposição do rio São Francisco passou a ser vista como a única alternativa de solução do problema. Atualmente, existem dois cenários bem definidos com relação ao tema. O primeiro é o cenário do imediatismo, caracterizado pela ânsia de fazer chegar água, a todo custo, nas torneiras da população (pensamento muito comum na classe política), sem haver, no entanto, a preocupação com as conseqüências impostas ao ambiente ao se adotar essa alternativa e o segundo é o cenário da ponderação, caracterizado por preocupações constantes (principalmente na classe técnica) com relação às limitações das fontes hídricas na condução do processo transpositório. O primeiro cenário diz respeito às questões do Brasil virtual e, o segundo, às questões do Brasil real.
Fonte: Fundação Joaquim Nabuco.
Transposição do rio São Francisco
O holocausto do bispo Luiz Flávio Cappio, de jejuar em defesa da transposição do rio São Francisco suspende obras e permite plebiscito.
Quando se trata de um ato religioso com repercussão na política o assunto torna-se muito polêmico. É ético ou não expor sua vida a uma causa nobre? Sabemos que mesmo com seu óbito, não concederá melhorias ao povo nordestino.
Segundo suas palavras, o projeto de transposição do rio é socialmente injusto e ecologicamente insustentável. Sacrificará um rio que como tantos outros, precisa ser preservado.
O movimento contou com uma pequena passeata da Praça dos Três Poderes ao Supremo Tribunal Federal, com participação da atriz Letícia Sabatella e a ex-senadora Heloísa Helena. A água da transposição passará muito longe destas comunidades, e transbordará nos bolsos dos empresários que não estão nem um pouco preocupados com suas conseqüências.
A reprodução do rio São Francisco não deve ser somente uma causa regional, e sim nacional e até mundial. Pois trata de conseqüências humanas e ambientais. Mudando seu percurso natural, resultará negativamente ao clima, vegetação, reprodução e carência de alimentos para a população.